sábado, 23 de abril de 2011

E agora as coisas boas

Correu tudo bem, é certo, e talvez por isso só temos que dizer bem. E para ser justos temos de fazê-lo.

Desde logo pelo acompanhamento que foi dado ao longo da gravidez. Consultas com um médico rondaram a dezena. Foi-nos mesmo dito que a fasquia para atendimento era muito baixa, ou seja, marcar uma consulta em caso de necessidade seria fácil, ao contrário do normal.

Tivemos oportunidade de visitar as salas de parto numa sessão organizada pelo hospital. As condições não são más, mas o hospital terá novas instalações muito em breve (a Maria Luísa foi das últimas a nascer no hospital antigo, o que também é de registar).

As águas rebentaram no Domingo à noite. Fomos para o hospital. Sabíamos que não era como nos filmes e por isso fomos com calma. Chegámos, fez-se a consulta e o trabalho de parto não tinha começado. Na Holanda espera-se até 48 horas depois de rebentar as águas e só então se induz o parto. Em Portugal espera-se apenas 12 horas. Há um risco de infecção, mas na Holanda são adeptos de partos naturais, evitar tudo o que seja medicação.

As 48 horas passaram, algumas idas ao hospital para controlo, e nada. O parto seria induzido e ficou marcado para a manhã seguinte. Vinte de Abril, seria este o grande dia!

De manhãzinha lá fomos. Encaminharam-nos para um quarto particular, onde iria depois decorrer o parto. Apresentaram-nos a parteira e a enfermeira. Muito muito simpáticas. E atenciosas. Como é normal em Portugal, pediu-se a epidural. Aqui não é comum e tentam sempre evitar, dizendo para esperar até ao último momento. Às vezes já é tarde... A maioria defende (acredita) que o parto deve ser sentido e que com estas coisas modernas não se tem a experiência do parto. Nós não fomos em conversas. E bendita medicina! A dilatação estava completa as 15h, mas as contracções não eram suficientes. Só às 20h30 se deu o grande momento. Indescritível. Seguiram-se os preparos habituais.

Durante todo este processo, médico nem vê-lo. Mas o que é facto é que ele (ela) estava lá. A diferença é que na Holanda se dá muito mais autonomia aos técnicos. E para um parto que decorre dentro da normalidade que diferença é que faz (para além dos custos muito menores)?

Na ausência de indicações em contrário, quatro horas depois do parto, mãe e recém-nascido podem ir para casa, onde os espera uma enfermeira (kraamzorgster) que irá ajudar a cuidar do bebé e da mãe na primeira semana. Desta forma substitui-se o tratamento hospitalar por um em casa, a custos muito menores para o sistema de saúde e com um nível de conforto incomparável. Além disso, tendo uma pessoa dedicada, sete horas por dia, dá um conforto e ajuda que não tem preço. É o ponto que mais destaco. No nosso caso houve lugar a internamento pelo facto de as águas terem rebentado. Infelizmente os quartos são partilhados (no novo hospital já se fica no mesmo quarto onde se tem o bebé). Chegados a casa lá estava a enfermeira à nossa espera.

Um destaque mais uma vez para o pessoal extraordinário, competente e muito simpático que nos acompanhou e de quem guardaremos para sempre uma lembrança pelo carinho que nos deram. Obrigado Relinde, Femke e Marie.

Sem comentários:

Enviar um comentário