sexta-feira, 27 de abril de 2012

À confiança

Uma das coisas que mais me surpreendeu da primeira vez que vim à Holanda foi a quase ausência de controlo sobre a utilização indevida de bens e serviços. Dito assim parece um pouco forte, vou exemplificar: Na Universidade as impressoras eram deixadas ligadas e à mercê de quem viesse (quem tivesse acesso ao edifício, claro está). Fiz logo o paralelo com a "minha" Universidade, onde um avançadíssimo sistema de faturação cobrava aos alunos o custo respetivo. Na minha cabeça formou-se logo a imagem de uma impressora "grátis" em Portugal com os alunos todos a imprimir as fotos das suas férias...

Ao longo do tempo tenho vindo a consolidar esta impressão (não a da impressora), concluindo que na verdade esta atitude está presente em grande parte do dia-a-dia: desde logo (para mim o mais marcante) o facto de que quando se está doente telefona-se à empresa e... diz-se que se está doente. Voilá! Não é preciso ir ao médico (a não ser que a condição o obrigue). Imaginem o que isto poupa: ao cidadão que não tem que ir a correr ao hospital (para mais se tiver custos associados) e ao Estado que não tem gastos adicionais com consultas para "passar baixas". E como é que isto funciona? Bem, um seguro privado assegura o processo e verificaram que fica mais barato aceitar que uma determinada percentagem vai mentir do que controlar a grande maioria honesta. No sistema Português não se assume isto, pagando o justo pelo pecador. E no fim as mesmas pessoas desonestas vão continuar a sê-lo, arranjando subterfúgios para fugir ao sistema. Só que com custos muito superiores.

Acresce que se alguém, em alguma situação, for apanhado numa ilegalidade, irá seguramente sofrer as consequências. Todos aqui sabem o que significa receber uma "carta cor-de-rosa": é uma carta em nome da Rainha, ou se cumpre o que lá está determinado ou se vai imediatamente preso. Sem discussão. Ainda para mais quando a proteção de dados é virtualmente inexistente, pelo que as provas serão evidentes.

O princípio é: há e haverá sempre alguns desonestos; implementar sistemas de controlo custa caro; será que compensa?

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Still alive


domingo, 6 de novembro de 2011

Definição de filho por José Saramago

Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Quem diria?!

Na Holanda, de bicicleta... a ouvir a Rádio Comercial!

Como? Fácil: Android + TuneIn Radio + Auscultadores Bluetooth. Funciona lindamente!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A historia do registo da Maria Luisa - Parte IV

Com esta já não estava a contar. Depois de não ter conseguido que a Maria Luísa tivesse oficialmente pai nem tivesse o nome por nós escolhido e de uma ida frustrada a Haia, pensei que depois da segunda ida ao Consulado esta história tivesse terminado.

Mas hoje recebi um telefonema da Câmara que merece (já que falamos nisso) registo: então não é que as partículas ("de" e "e") não podem estar no nome da Maria Luísa, já que não constam no nome dos pais?! Tentei explicar o que significavam estas e argumentar que não são consideradas como parte do apelido (nesse caso não iriam pôr no "nome holandês"). Pediram-me para indicar onde estava isso descrito na Lei. Desisti. Disse que o nome tinha sido aprovado pelo Governo Português e que portanto o Governo Holandês não teria qualquer direito em recusá-lo, muito menos pôr em causa a aplicação da Lei. Seria um caso de conflito soberano (a que a D. Merkel decerto não se oporia). E como propunham resolver? «Estou sim, é do Consulado? Era para dizer que o Governo Holandês descobriu que cometeram um erro no registo, queiram por favor corrigir!». Ridículo. E isto supondo (assumindo, conforme fizeram) que havia mesmo um erro! Por fim pedi'lhes que ligassem para o Consulado, que se entendam com eles, que nós não temos nada a ver. Ou não queremos ter nada a ver.
Haverá continuação? Estou certo que sim!

domingo, 26 de junho de 2011

O que é que se passa com o blogue?

Peço desculpa ao leitor desiludido (na verdade fico contente se os houver!).

Pouco tempo para escrever - temos agora dois empregos a tempo inteiro! O trabalho também não tem dado tréguas (também me parecem dois empregos) com muito malabarismo à mistura. Pelo menos já arranjei algum tempo para algumas actualizações!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Munique

Foi uma boa surpresa terem-me pedido para ir a Munique nos primeiros dias que tinha previsto ir trabalhar. Boa não pela ida em si mas porque me propuseram voar directamente do Porto sem ter que ir a Eindhoven e portanto além de evitar ter de ir no voo das 6h40 ainda ganhei mais umas horas em Portugal.