domingo, 6 de novembro de 2011

Definição de filho por José Saramago

Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Quem diria?!

Na Holanda, de bicicleta... a ouvir a Rádio Comercial!

Como? Fácil: Android + TuneIn Radio + Auscultadores Bluetooth. Funciona lindamente!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A historia do registo da Maria Luisa - Parte IV

Com esta já não estava a contar. Depois de não ter conseguido que a Maria Luísa tivesse oficialmente pai nem tivesse o nome por nós escolhido e de uma ida frustrada a Haia, pensei que depois da segunda ida ao Consulado esta história tivesse terminado.

Mas hoje recebi um telefonema da Câmara que merece (já que falamos nisso) registo: então não é que as partículas ("de" e "e") não podem estar no nome da Maria Luísa, já que não constam no nome dos pais?! Tentei explicar o que significavam estas e argumentar que não são consideradas como parte do apelido (nesse caso não iriam pôr no "nome holandês"). Pediram-me para indicar onde estava isso descrito na Lei. Desisti. Disse que o nome tinha sido aprovado pelo Governo Português e que portanto o Governo Holandês não teria qualquer direito em recusá-lo, muito menos pôr em causa a aplicação da Lei. Seria um caso de conflito soberano (a que a D. Merkel decerto não se oporia). E como propunham resolver? «Estou sim, é do Consulado? Era para dizer que o Governo Holandês descobriu que cometeram um erro no registo, queiram por favor corrigir!». Ridículo. E isto supondo (assumindo, conforme fizeram) que havia mesmo um erro! Por fim pedi'lhes que ligassem para o Consulado, que se entendam com eles, que nós não temos nada a ver. Ou não queremos ter nada a ver.
Haverá continuação? Estou certo que sim!

domingo, 26 de junho de 2011

O que é que se passa com o blogue?

Peço desculpa ao leitor desiludido (na verdade fico contente se os houver!).

Pouco tempo para escrever - temos agora dois empregos a tempo inteiro! O trabalho também não tem dado tréguas (também me parecem dois empregos) com muito malabarismo à mistura. Pelo menos já arranjei algum tempo para algumas actualizações!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Munique

Foi uma boa surpresa terem-me pedido para ir a Munique nos primeiros dias que tinha previsto ir trabalhar. Boa não pela ida em si mas porque me propuseram voar directamente do Porto sem ter que ir a Eindhoven e portanto além de evitar ter de ir no voo das 6h40 ainda ganhei mais umas horas em Portugal.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Primeira ida a Portugal a três

Escolhemos ir pela TAP pelo conforto. Apesar de ser para nós mais difícil do que partir de Eindhoven, a entrada no avião e a atenção do pessoal de bordo compensaria. Infelizmente no Porto não usaram a "manga" e tivemos de ir de autocarro até ao terminal (já tem acontecido noutras vezes). Muito estranho este "poupar de custos". As vantagens de voar na TAP são cada vez menos...

O regresso é só daqui por quase mês e meio. Mas eu não podia gastar tantas férias, por isso terei de fazer um "interregno" de duas semanas. Vai ser difícil mas tem de ser... Entretanto a Maria Luísa está ansiosa por conhecer a família e amigos dos pais!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A historia do registo da Maria Luisa - Parte III

Depois de uma ida frustrada a Haia, desta vez fomos com a Maria Luísa - a sua primeira viagem!

Correu tudo bem, o registo foi feito, a Maria Luísa tem finalmente nacionalidade!Enviei no mesmo dia o documento comprovativo de registo a Câmara. Agora teriam que corrigir o seu próprio registo que efetuaram, emitido por quem de direito. Mais um volte-face: a mudança de registo teria de passar pelo oficial de justiça e que o processo demoraria cerca de meio ano (!!!). Entretanto a Maria Luísa terá de viver com dois nomes, um na Holanda e outro em Portugal. Para ela, tudo bem, para nós, confusão. Enfim, burocracias. Será que a história do registo fica por aqui?

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A historia do registo da Maria Luisa - Parte II

Liguei para o Consulado Português e contei a incrível história. Não ficaram surpresos, aparentemente é prática corrente esta incompetência, que me resolveriam o assunto na hora. Confirmei que estariam abertos, não fosse dar com o nariz na porta.

Assim sendo lá fui - a Haia, tendo que perder um dia de férias. Cheguei e vi a sala de espera apinhada. Tirei uma senha e esperei. Duas horas. Mal chegou a minha vez (12:30) o funcionário pergunta-me ao que ia e quando disse que era para registo de nascimento diz-me que não era possível, demorava muito tempo, tinham que fechar para almoço e que aparecesse noutro dia. Recusei, expliquei que tinha vindo de longe e que me tinham dito que estava aberto. Foram sensíveis e lá me atenderam. Recomendaram-que da próxima levasse a Maria Luísa, para ter prioridade (!!!). Não levei, tem só duas semanas de vida, pareceu-me um pouco violento sujeitá-a a 3 horas de viagem.

Iniciou-se o processo, mas faltava um papel - o registo de nascimento. Na câmara não mo deram... (obrigado mais uma vez!). Não havia hipótese, teria de lá voltar. E a Maria Luísa teria mesmo de ir, porque precisava de ser vista para receber o cartão do cidadão.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A historia do registo da Maria Luisa

Avisado dos habituais problemas com que se depara um estrangeiro para registo de nascimento, decidi atempadamente verificar as condições. Na câmara municipal disseram'me que não haveria qualquer problema, poderia escolher os nomes à vontade, de acordo com o que a Lei Portuguesa permite. Fiquei descansado.

Hoje lá fui (tem de ser feito até três dias uteis depois do nascimento). Indiquei o nome que tínhamos escolhido e começamos a tratar da papelada. O funcionário olhou para o computador, voltou a olhar para o nome e sai-se com esta: «Vamos ter de registar a criança de acordo com as regras holandesas» (isto é, todos os sobrenomes da mãe e todos os sobrenomes do pai). Não era isso que queríamos, então para que é que olhou para a Lei Portuguesa? Porque, segundo ele, a criança não tem nacionalidade (pudera, acabou de nascer) e por isso as regras a seguir são as do país onde nasce. Apesar de a única nacionalidade a que teria direito ser a Portuguesa - e eles saberem disso. Enfim, burocracias. Mais trabalho para nós, que depois temos de mudar o nome, e para eles, que têm de mudar os registos.

Prosseguimos... até me dizerem que não estávamos casados de acordo com os registos holandeses (ou seja, nunca mudamos o estado civil aqui). Erro nosso. A consequência era agora que não podia registar a Maria Luísa também em meu nome - seria órfã de pai - até entregar o registo (internacional) de casamento. Perguntei o que aconteceria se não fosse de facto casado, poderia ser na mesma o pai? «Sim», responderam-me, «mas o problema é que nos indicou que era casado»... Ora bolas, que fui eu dizer?...

«Continuemos, vamos registar a criança só em nome da mãe» (faz-me lembrar uma canção fantástica agora na moda). Disseram-me que depois seria imediatamente corrigido e sem custos, assim que entregasse a certidão de casamento. Não fiquei convencido, mas vamos dar o benefício da dúvida.



sábado, 23 de abril de 2011

E agora as coisas boas

Correu tudo bem, é certo, e talvez por isso só temos que dizer bem. E para ser justos temos de fazê-lo.

Desde logo pelo acompanhamento que foi dado ao longo da gravidez. Consultas com um médico rondaram a dezena. Foi-nos mesmo dito que a fasquia para atendimento era muito baixa, ou seja, marcar uma consulta em caso de necessidade seria fácil, ao contrário do normal.

Tivemos oportunidade de visitar as salas de parto numa sessão organizada pelo hospital. As condições não são más, mas o hospital terá novas instalações muito em breve (a Maria Luísa foi das últimas a nascer no hospital antigo, o que também é de registar).

As águas rebentaram no Domingo à noite. Fomos para o hospital. Sabíamos que não era como nos filmes e por isso fomos com calma. Chegámos, fez-se a consulta e o trabalho de parto não tinha começado. Na Holanda espera-se até 48 horas depois de rebentar as águas e só então se induz o parto. Em Portugal espera-se apenas 12 horas. Há um risco de infecção, mas na Holanda são adeptos de partos naturais, evitar tudo o que seja medicação.

As 48 horas passaram, algumas idas ao hospital para controlo, e nada. O parto seria induzido e ficou marcado para a manhã seguinte. Vinte de Abril, seria este o grande dia!

De manhãzinha lá fomos. Encaminharam-nos para um quarto particular, onde iria depois decorrer o parto. Apresentaram-nos a parteira e a enfermeira. Muito muito simpáticas. E atenciosas. Como é normal em Portugal, pediu-se a epidural. Aqui não é comum e tentam sempre evitar, dizendo para esperar até ao último momento. Às vezes já é tarde... A maioria defende (acredita) que o parto deve ser sentido e que com estas coisas modernas não se tem a experiência do parto. Nós não fomos em conversas. E bendita medicina! A dilatação estava completa as 15h, mas as contracções não eram suficientes. Só às 20h30 se deu o grande momento. Indescritível. Seguiram-se os preparos habituais.

Durante todo este processo, médico nem vê-lo. Mas o que é facto é que ele (ela) estava lá. A diferença é que na Holanda se dá muito mais autonomia aos técnicos. E para um parto que decorre dentro da normalidade que diferença é que faz (para além dos custos muito menores)?

Na ausência de indicações em contrário, quatro horas depois do parto, mãe e recém-nascido podem ir para casa, onde os espera uma enfermeira (kraamzorgster) que irá ajudar a cuidar do bebé e da mãe na primeira semana. Desta forma substitui-se o tratamento hospitalar por um em casa, a custos muito menores para o sistema de saúde e com um nível de conforto incomparável. Além disso, tendo uma pessoa dedicada, sete horas por dia, dá um conforto e ajuda que não tem preço. É o ponto que mais destaco. No nosso caso houve lugar a internamento pelo facto de as águas terem rebentado. Infelizmente os quartos são partilhados (no novo hospital já se fica no mesmo quarto onde se tem o bebé). Chegados a casa lá estava a enfermeira à nossa espera.

Um destaque mais uma vez para o pessoal extraordinário, competente e muito simpático que nos acompanhou e de quem guardaremos para sempre uma lembrança pelo carinho que nos deram. Obrigado Relinde, Femke e Marie.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Maria Luísa!

domingo, 10 de abril de 2011

Senhorios - a saga

Consultei advogados, todos nos davam razão. Com um relatório que dizia não haver qualquer problema na casa, era evidente que ao senhorio competia devolver-nos o depósito por inteiro.

Mas não. Com o dinheiro do seu lado e, imagino, advogados por sua conta, o senhorio não se demoveu e não pretendia ceder. Teríamos mesmo de levar o caso avante, o que provavelmente nos custaria mais do que o depósito...

Resolvi engolir um sapo e ceder a fazer as reparações indevidas. E assim lá conseguimos reaver o dinheiro. Ganhou ele, o vigário. Ficamos ao menos com o dinheiro, como tinha de ser.

sábado, 9 de abril de 2011

Partos na Holanda

Aqui na Holanda, considerada um modelo de desnvolvimento e frequentemente classificada no topo dos rankings no que aos cuidados de saúde diz respeito, cerca de 25% a 30% dos partos ainda se realizam em casa (!). E, pior que isso, o próprio sistema promove esta prática, fazendo passar a ideia de ser uma escolha melhor e que partos no Hospital (blasfémia!) só em casos medicamente justificados (de facto as companhias de seguro seguem esta regra). Argumentando contra os cépticos, dizem que em caso de complicações, rapidamente as grávidas serão transferidas para o hospital.

Acontece que o mundo real não é bem assim: complicações acontecem e ir para o hospital de urgência a meio do trabalho de parto não se afigura uma experiência nada simpática (tivemos alguns relatos assustadores). Mais, significa que a utilização de analgésicos está fora de questão. Pior que tudo, o parto é feito por uma "midwife", que, apesar de ter formação e experiência no acompanhamento de partos, não tem formação médica. Ou seja, estará em princípio pouco habilitada a avaliar potenciais riscos. E com isto não se brinca.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Toxoplasmose

No sistema de saúde Português (e, imagino, na maioria dos sistemas europeus), o teste de imunidade à toxoplasmose faz parte da praxe. Trata-se de uma infecção que em geral não acarreta riscos, mas que na gravidez pode causar problemas.

Ora acontece que este teste (tal como muitos outros) não se efectua naquele que é considerado o melhor sistema de saúde do mundo - o da Holanda. A razão, dada pelos médicos, é de que não vale a pena efectuar o teste porque quase toda a população é imune (!), ou seja, já tiveram a doença. E de facto o seguinte artigo refere números na ordem dos 80%.

Interessante informação; em Portugal a maior parte não é imune.

E pergunta-se, porquê estes números? Evidentemente se se pergunta, então não conhece a realidade deste país. Um país onde os hábitos de higiene roçam o ridículo, onde esfregar uma maçã nas calças é forma de limpeza suficiente, onde o lixo é recolhido de quinze em quinze dias, onde nos cafés e restaurantes os copos sujos são simplesmente mergulhados numa bacia com água e algum detergente, onde a ASAE teria muito trabalho... Infecções como a Toxoplasmose têm aqui muito potencial.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Geração à rasca ou mal habituada?

Até agora evitei incluir no blog referências de índole política, religiosa ou futebolística (que também é religiosa). Não porque não tenha as minhas próprias convicções (e tenho-as!) mas porque queria evitar ferir suscetibilidades e porque respeito quem pense de forma diferente. Este blog é um relato da nossa aventura, não um local para expressar a minha opinião.

Mas as circunstâncias atuais a que o nosso país chegou obrigam-me a esquecer por um momento este princípio. E assim sendo não resisti a publicar este desabafo (de um autor desconhecido). Não defende ideologias políticas. E acho que Portugal teria muito mais a ganhar se mais pessoas pensassem assim...

A geração dos meus pais não foi uma geração à rasca. Foi uma geração com capacidade para se desenrascar. Numa terriola do Minho as condições de vida não eram as melhores. Mas o meu pai António não ficou de braços cruzados à espera do Estado ou de quem quer que fosse para se desenrascar.

Veio para Lisboa, aos 14 anos, onde um seu irmão, um pouco mais velho, o Artur, já se encontrava.

Mais tarde veio o Joaquim, o irmão mais novo. Apenas sabendo tratar da terra e do pastoreio, perdidos na grande e desconhecida Lisboa, lançaram-se à vida.

Porque recusaram ser uma geração à rasca fizeram uma coisa muito simples.

Foram trabalhar.


Não havia condições para fazerem o que sabiam e gostavam.

Não ficaram à espera.

Foram taberneiros.

Foram carvoeiros.

Fizeram milhares de bolas de carvão e serviram milhares de copos de vinho ao balcão.

Foram simples empregados de tasca.

Mas pouparam.

E quando surgiu a oportunidade estabeleceram-se como comerciantes no ramo.

Cada um à sua maneira foram-se desenrascando.

Porque sempre assumiram as suas vidas pelas suas próprias mãos.

Porque sempre acreditaram neles próprios.


E nós, eu e os meus primos, nunca passámos por necessidades básicas.

Nós, eu e os meus primos, sempre tivémos a possibilidade de acesso ao ensino e à formação como ferramentas para o futuro.

Uns aproveitaram melhor, outros nem tanto, mas todos tiveram as condições que necessitaram.

E é este o exemplo de vida que, ainda hoje, com 60 anos, me norteia e me conduz.


Salvaguardadas as diferenças dos tempos mantenho este espírito. Não preciso das ajudas do Estado.

Porque o meu pai e tios também não precisaram e desenrascaram-se.

Não preciso das ajudas da família que também têm as suas próprias vidas.

Não preciso das ajudas dos vizinhos e amigos.

Porque o meu pai e tios também não precisaram e desenrascaram-se.


Preciso de mim.

Só de mim.

E, por isso, não sou, nunca fui, de qualquer geração à rasca.

Porque me desenrasco.

Porque sempre me desenrasquei.


O mal desta auto-intitulada geração à rasca é a incapacidade que revelam.

Habituados, mal habituados, a terem tudo de mão beijada.

Habituados, mal habituados, a não precisarem de lutar por nada porque tudo lhes foi sendo oferecido. Habituados, mal habituados, a pensarem que lhes bastaria um canudo de um qualquer curso dito superior para terem garantida a eterna e fácil prosperidade.

Sentem-se desiludidos.


E a culpa desta desilusão é dos "papás" que os convenceram que a vida é um mar de rosas.

Mas não é.

É altura de aprenderem a ser humildes.

É altura de fazerem opções.

Podem ser "encanudados" de qualquer curso mas não encontram emprego "digno".

Podem ser "encanudados" de qualquer curso mas não conseguem ganhar o dinheiro que possa sustentar, de imediato, a vida que os acostumaram a pensar ser facilmente conseguida.

Experimentem dar tempo ao tempo, e entretanto, deitem a mão a qualquer coisa.

Mexam-se.

Trabalhem.

Ganhem dinheiro.


Na loja do Shopping. Porque não?

Aaaahhh porque é Doutor...

Doutor em loja de Shopping não dá status social.

Pois não.

Mas dá algum dinheiro.

E logo chegará o tempo em que irão encontrar o tal e ambicionado emprego "digno".

O tal que dá status.


O meu pai e tios fizeram bolas de carvão e venderam copos de vinho. Eu, que sou Informático, System Engineer, em alturas de aperto, vendi bolos, calças de ganga, trabalhei em cafés, etc.

E garanto-vos que sou hoje muito melhor e mais reconhecido socialmente do que se sempre tivesse tido a papinha toda feita.


Geração à rasca?

Vão trabalhar que isso passa.


À rasca, mesmo à rasca, também já tenho estado.

Mas vou à casa de banho e passa-me.

sábado, 26 de março de 2011

Visita da Filipa e Hugo, dia II

Amesterdão. Um percurso um pouco diferente do habitual: Haarlemmerstraat, rua cheia de lojas, cafés e restaurantes típicos e diferentes, anéis dos canais, negen straatjes. Usamos e abusamos dos "pit-stops" - almoço, café na loja portuguesa, tarte de maçã no famoso Cafe Winkel e por aí fora.

Jantar num restaurante Tailandês (primeira vez para todos!). E casa!

sexta-feira, 25 de março de 2011

Visita da Filipa e Hugo, dia I

Chegou hoje a auto-intitulada "visita real". O carro foi para mudar a correia de distribuição e voltou a fazer um barulho suspeito. Pelo sim pelo não vamos usar o comboio... Amanhã Amesterdão, depois logo se vê.

terça-feira, 1 de março de 2011

Promoção!

Numa nova orgânica da Bosch Security Systems, fui convidado a liderar o recém-criado "cluster" de software. Vou estar à frente de uma equipa de dez engenheiros; é uma experiência nova para mim, sem dúvida desafiante e que vai de encontro às minhas ambições de carreira. É muito bom ser reconhecido! (pena que em Portugal isso seja tão raro...)

Senhorios

Na primeira casa foi a invasão de propriedade. Pelo menos por duas vezes aconteceu, da primeira foram lá colocar uma placa para venda (também sem autorização) e da segunda para mostrar a casa a uns potenciais compradores.

Na segunda casa foi a desconsideração. Nem por uma vez conhecemos o senhorio, tudo foi tratado através da agência. O pior foi quando devolvemos a casa. Já receávamos algo fosse correr mal. Entregamos a casa em bem melhor estado do que a recebemos. Mas nem isso demoveu o senhorio de nos tentar usurpar dinheiro. Nem o facto de termos pago, durante dois anos e meio, a casa bem acima do valor de mercado (e agora vai ser alugada por menos!). Não, estes senhores fazem de tudo para sacar uma notinha. Infelizmente não pudemos recorrer à técnica de "usar o depósito para pagar as últimas rendas", porque eram duas e só avisámos com um mês de antecedência. Desconfio que reaver os dois meses não se afigurará fácil...

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Visita dos meus Pais

Não era para ser assim. A mudança de casa não correu como esperado (eis o meu lado excessivamente optimista) e prolongou-se. A visita dos meus pais transformou-se num cabo de trabalhos. Na quarta-feira já tínhamos transportado os móveis, com a ajuda precisa de amigos muito solidários. Mas faltavam as coisas pequenas, aquelas que nunca conseguimos contabilizar e que parecem multiplicar-se. Faltam ainda algumas caixas, alguns arranjos na casa antiga e outros tantos na nova. Vamos ver se conseguimos algum descanso...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Da "casa do lago" para a "casa do castelo"

Pois é, mudámo-nos. Terceira casa. Duplicamos o espaço (precisamos mesmo, não é?), pelo mesmo preço. É um pouco mais longe da estação, temos de ir de carro, mas tem outras condições, mais propícias para recebermos as pessoas que nos virão acompanhar e ajudar nos próximos meses. São três quartos, mais um escritório (?), 160 m2 de área e vistas abertas para a Natureza.

Fica em Haverleij, uma área de desenvolvimento de Den Bosch em que foram planeados vários conjuntos habitacionais (até agora são oito os "castelos") com uma arquitectura a fazer lembrar castelos/fortalezas. A área de construção ocupa apenas 10% do empreendimento, o que confere um ambiente bastante recatado. Mesmo ao lado, um campo de golfe.

A nossa casa fica no Kasteel Velderwoude, o primeiro empreendimento a ser construído. Não é o mais arrojado, mas por isso mesmo talvez seja o mais consensual. São 52 casas e 34 apartamentos.

Para a mudança contámos com a ajuda excepcional e indispensável de três amigos (perguntou-me como conseguimos nós dois pôr tudo na casa antiga). Muito trabalho afigura-se pela frente.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Catarina e Fernando, dia III

Para ver moinhos, que melhor do que Kinderdijk? São 19 e o local é reconhecido pela UNESCO como património mundial. Dá para visitar um deles. O frio é que não ajudou...

No regresso, uma volta por Den Bosch: o pitoresco canal que passa por baixo das casas (binnendieze), as pequenas ruas, a praça principal (markt), os bares e a rua dos restaurantes (korte putstraat). Com as lojas fechadas (e com o frio), o movimento é reduzido. Regressámos a casa para a "última ceia".

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Moeders

Restaurante Moeders ("mães") em Amesterdão. Foto em homenagem à futura, com várias presentes em fundo, nas paredes.

Catarina e Fernando, dia II

Temos vindo a adquirir uns hábitos estranhos com os Holandeses. Não é que nos deu para comprar os bilhetes para o Museu de Anne Frank, na véspera? E com hora marcada e tudo (a única hora disponível durante todo o fim-de-semana era às 19:45)! Mas há mais: marcámos também restaurante! Um dia destes vamos estar a combinar cafés com duas semanas de antecedência. Ou não.

Uma visita a Amesterdão, saída no quarteirão dos museus, visita ao mercado das flores, passagem pelos canais e negen straatjes e eis que chegámos à casa de Anne Frank. Transformada em museu, é um local de memória e símbolo de uma época que nunca devia ter acontecido, mas da qual nunca nos devemos esquecer. Foi muito próxima, por isso custa mais acreditar. Mas noutros locais do mundo continua a acontecer. É apenas uma casa, vazia. Mas o museu está muito bem conseguido, marca, é impossível ficar indiferente.

Em amena cavaqueira

Live from ovivius, Amesterdão.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Catarina e Fernando, dia I

Chegaram hoje, vindo de Birmingham, para três dias "com a gente". Serão os últimos hospedes nesta casa; na próxima semana já nos vamos mudar.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Relatos da gravidez

Aqui começa (muito tardiamente) uma nova rubrica do nosso blogue. O mais importante de todos! Já lá vão seis meses e meio, faltam dois e meio, já vamos na recta final.

Estávamos apreensivos quanto ao sistema de saúde. Pelos relatos que tivemos ou lemos, as nossas expectativas não eram muito elevadas. Pelo sim, pelo não, arranjamos um backup em Portugal...

Quando soubemos da gravidez, tentámos marcar uma consulta, quanto mais não fosse para termos a certeza, sabermos se estava tudo bem e quais os cuidados a ter. Não foi possível. Só às oito semanas. Médico de família, se quiséssemos, só que este estava de férias. Lá tivemos de esperar... A ansiada consulta lá veio, estava tudo bem. Perguntámos se faziam teste à Toxoplasmose. Não se faz cá. Mas sobre este assunto voltarei num outro post.

Explicaram-nos que aqui há dois tipos de seguimento durante a gravidez: por uma midwife ou no Hospital, por Ginecologistas. A vantagem da primeira seria ser um atendimento sempre pela mesma pessoa. Da segunda, ser seguido por especialistas. Tentam sempre "empurrar" para a primeira. No nosso caso, por causa da Doença de Crohn, ficamos com a segunda, para melhor monitorização. Não nos importámos!

Desde então tem havido consultas com alguma frequência (a cada 3-4 semanas) e quase sempre com direito a ecografia (a maioria das pessoas cá faz duas ou três). Apesar destas consultas todas, complementámos em Portugal com as análises que são consideradas essenciais e da praxe (a já mencionada Toxoplasmose, HIV, hepatite ou num estado mais avançado da gravidez a diabetes).

Por volta das doze semanas, os pais têm a possibilidade de pedir um diagnóstico do Síndroma de Down. Em Portugal é considerado uma das ecografias mais importantes. Aqui, nem toda a gente faz. Uma das (principais) razões: paga-se. A outra, talvez os pais não queiram ser colocados numa situação delicada. Foi isto que nos disseram e com este argumento nos tentaram dissuadir. Mas nós fizemos, claro.

Às vinte semanas tivemos a confirmação de ser uma menina. Não é comum aqui saber-se o sexo da criança antes de nascer, mas nós, como bons Portugueses e teimosos, lá pedimos.

Balanço: temos noção que estamos a receber um tratamento acima da média. Não nos podemos queixar da atenção e regularidade no acompanhamento. No entanto não nos sentimos totalmente confiantes. Muitas das análises comuns em Portugal não se fazem. Temos que ir muito bem preparados para as consultas, não podemos esperar que nos perguntem tudo.

Se tudo corre bem, o sistema é óptimo, rápido e eficiente. Mas se porventura acontece algo que está fora do plano (a tal pequena probabilidade) então não sei... E não queremos sequer imaginar.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Carro de baixa.... de novo!

Hoje o carro resolveu fazer birra. Não pegou, à porta de casa.

Ainda há pouco tempo esteve no médico (foi há quatro meses) e já quer ir de novo. Pior que tudo é que desde então deve ter feito pouco mais de mil quilómetros. Está a ficar caro de manter.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Roma, dia IV

Último dia... Ainda tivemos a manhã e decidimos (tentar de novo) ir às catacumbas. O planos era apanhar o autocarro até à Piazza Venezia, de lá até San Giovanni in Laterano (onde se encontra a Basílica com o mesmo nome e que é a Catedral do Papa) e então, terceira etapa, até às catacumbas, que ficam na Via Ápia. E não é que conseguimos?! Com alguma perseverança (e calo, que o fomos ganhando) lá chegámos, bem a tempo para a visita às catacumbas de San Calisto.

Aqui foram sepultados os Cristãos até ao Século IV, altura em que o Édito de Tessalônica e a conversão do Imperador Constantino ao Cristianismo acabou com a perseguição e legalizou o sepulcro Cristão. Mais de meio milhão de pessoas foram lá sepultadas. São quatro pisos com vários quilómetros de extensão, totalizando cerca de vinte, dos quais apenas uma pequena parte do piso três se visita. [as fotos não são nossas, não se pode fotografar nas catacumbas]

Confesso que desde pequeno sonhava com esta visita. Tenho uma predilecção (fetiche?) por túneis e por história. Que melhor combinação? Adorei e fiquei com vontade de visitar as outras (há mais duas na zona e outras tantas abertas ao público em outros locais de Roma).

Almoçar, aeroporto e ala para casa. Já acabou... :(

sábado, 22 de janeiro de 2011

Roma, dia III (tarde)

Voltámos ao centro storico. De novo a Piazza Navona, agora de dia, e fomos até ao Campo di Fiore, onde o famoso mercado tinha acabado, mas deixado rasto (restos)... Perdemo-nos pelas ruas e praças (não esquecendo de entrar nas igrejas, sempre que possível) e acabámos na grandiosa Piazza del Popolo. Tentámos ir de autocarro, mas acabámos por desistir, mais uma vez. Fomos a pé.

De novo em direcção ao centro, desta vez pela comercial Via del Corso. Lojas, lado a lado com igrejas, igrejas e mais igrejas. Umas ao lado das outras, à frente de outras. Impressionante. E por dentro, que deslumbre.

Jantar foi na trattoria Da Tonino, frequentado principalmente por locais e mais uma recomendação do Tomaso. Comida simples, mas bem confeccionada e a preços óptimos.

Roma, dia III (manhã)

A manhã ficou reservada para o Vaticano. Recomendaram-nos comprar online os bilhetes para os Museus do Vaticano, para evitar as épicas filas. Paga-se quatro euros a mais por bilhete (estranho...) mas vale bem a pena. Comprovámo-lo ao chegar à entrada. Apesar da época baixa, a fila estendia-se por várias centenas de metros. E chovia... Entrámos directamente para um dos mais belos museus (na verdade, conjunto de museus) do mundo. Os edifícios são espantosos, a colecção (a maior do mundo) não lhe fica atrás. Na Pinacoteca, várias obras famosas, de autores como Giotto, Perugino, Rafael, Leonardo da Vinci, Veronese, Caravaggio... A Galeria dos Mapas, com o seu belíssimo tecto decorado em estilo renascentista e mostrando uma série de quarenta mapas monumentais. As Salas de Rafael são um grupo de quatro aposentos decorados entre 1508 e 1524 pelo pintor renascentista e seus auxiliares, a pedido do Papa Júlio II. O momento alto, a Capela Sistina. As famosas pinturas Michelangelo, Raphael, Bernini e Sandro Botticelli eram contempladas por um sem número de pessoas (quase) em silêncio. Um local mágico, único. Pena o tecto ser tão alto...

Aproveitámos uma dica do Tomaso, dono do hotel onde nos hospedamos, que nos sugeriu tentar usar a saída directa da Capela Sistina para a Basílica de São Pedro. Poupa uma boa hora de caminhada, mais o tempo da fila. Normalmente reservada a grupos, pedimos o favor, dadas as condições "especiais"... Foram simpáticos, atenciosos e atenderam ao pedido, desejando felicidades!

A Basílica de São Pedro é outra obra indescritível. De dimensões gigantescas (na verdade não se tem tal noção, dada a harmonia das formas). Mas lá estão, para comprovar, as comparações com outras basílicas no mundo.

À entrada, a famosa e belíssima Pietà, de Michelangelo. Mais à frente, o altar e o Baldacchino, obra prima de Bernini. Por baixo, o túmulo de S. Pedro.

Fomos às criptas, por baixo da Catedral, onde estão sepultados quase todos os Papas. Lá estava o túmulo de João Paulo II, venerado por um bom número de fiéis. Curiosamente, o de São Pedro não tinha ninguém.

Mais uma vez, e por motivos evidentes, à tarde fica reservado um outro post.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Roma, dia II (tarde)

Almoçados, deliciámo-nos com as riquezas com centro strorico de Roma. Em cada esquina um monumento, uma praça ou uma igreja que por si só valeria uma visita a esta cidade.

Começámos pela Praça de Espanha. A fotografia da praxe, com as famosas escadas com a igreja Trinità dei Monti lá no alto.

"Descemos" em direcção à maravilhosa Fontana di Trevi, não sem deixar de entrar em algumas das fabulosas igrejas, sempre com surpresas extraordinárias, como a que nos proporcionou a San Luigi dei Francesi, com três magníficas pinturas de Caravaggio. Quanto à Fontana di Trevi, é um lugar mágico. Pela beleza do local, pela atmosfera, por tudo.

Seguiu-se o impressionante Panteão, edifício milenar, exemplar mais bem conservado da arquitectura monumental romana. Estão lá sepultados, entre outros, Victor Emanuel II, primeiro rei de Itália, e o pintor Rafael. Destaque para o curioso óculo para o céu, no centro da cúpula.

Perto do Panteão fica a Piazza Navona, que ocupa o antigo local do Estádio de Domiciano (e do qual também lhe rouba a forma). No centro, a famosa Fontana dei Quattro Fiumi (fonte dos quatro rios) de Bernini. Duas das quatro estátuas estão parecem proteger-se de uma eventual queda da igreja de Sant'Agnese in Agone. Segundo a lenda, Bernini assim o fez como provocação contra o seu rival Borromini, arquitecto da igreja.

Mais algumas igrejas e jantar. Foi na afamada Pizzaria Da Bafetto, um dos locais de culto da piza romana (pelo menos entre os turistas). O atendimento é, digamos assim, sui generis. Nas mesas apertam-se os clientes. Na nossa calhou-nos (sem perguntar!) um casal brasileiro, muito simpático por sinal (vale para conhecer gente!). Na mesa do lado, mais uns brasileiros. Foi a festa, até nos pedirem para ir embora e dar lugar a outros. Já tínhamos gasto o crédito - hora e meia...

Roma, dia II (manhã)

A manhã ficou reservada para visitar as "pérolas arqueológicas" de Roma: o Fórum Romano e o Coliseu.

Tínhamos planeado ir também às catacumbas, mas acabamos por desistir (adiar?) devido à (desastrosa) falta de informação dos transportes públicos. Parámos junto ao polémico (e grandioso) monumento a Vittorio Emanuele II e pelos Fóruns Imperiais

O Fórum Romano e o Palatino são absolutamente arrebatadores.

Dois milénios de história. E a dimensão! Julgava muito mais pequeno e em pior estado!

O bilhete do Palatino dá também para o Coliseu, mas sem filas! Mais uma vez superou qualquer expectativa (elevada) que tivéssemos. Sem dúvida, magnífico!

O caminho do Palatino para o Coliseu - a famosa Via Sacra - deixava antever a grandiosidade do Anfiteatro Flaviano.

Por dentro, apesar da degradação causada pelos terramotos e pilhagens ao longo dos tempos, fica na retina a imponência e dimensão deste edifício com mais de dois mil anos.

São tantas as memórias que a tarde merece outro post...