domingo, 11 de julho de 2010

O Mundial laranja

Primeiro, a indiferença. Desde que há um ano trabalho na Bosch nunca tinha ouvido falar de futebol. Depois, todos adoravam, até a cantina enfeitaram (?). À medida que foram avançando na competição, era vê-los, sábios da matéria. Nos oitavos já só falavam da final com a Alemanha, duma suposta "vingança".

Cumpriram. Os alemães não. Muito à custa da sorte, diria eu, pelos adversários teoricamente mais acessíveis que encontraram. Japão, Camarões e uma Dinamarca irreconhecível - na fase de grupos -, Eslováquia e o surpreendente mas mesmo assim menos favorito Uruguai - no "mata-mata". Safaram-se com o Brasil, com autogolo e meio. Mas o futebol também é feito de sorte. O que seria de Portugal se aquele remate do Cristiano Ronaldo contra a Costa do Marfim tivesse entrado em vez de ir ao poste? Bom, se calhar as coisas não seriam muito diferentes. Mau exemplo. Mas percebem o que eu quero dizer?

Finda a final, era vê-los retirar as bandeirinhas que durante quase um mês coloriram o país. Ficou de novo cinzento (e o tempo também). À nossa frente vimos alguém enfiar a sua bandeira no caixote do lixo. Mau perder. E agora vêm-se até queixar do árbitro...

Estava dividido; por um lado, seria uma experiência única participar nos festejos do campeão do mundo. (será que um dia Portugal me vai dar essa alegria?) Por outro, estou farto do sentimento de superioridade desta gente, que se julga o melhor povo do mundo, o mais avançado, o mais culto, o mais educado. E agora ainda para mais o melhor a jogar à bola? Talvez, confesso, alguma inveja da minha parte. Mas não resisti, fiquei mesmo contente pela vitória espanhola e só não o demonstrei porque estava no meio deles, mesmo no centro de Den Bosch.

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