Quase três anos depois de virmos para a Holanda, lá fomos ao Consulado. Era para ser na sexta, estava tudo combinado, ia aproveitar o facto de ser obrigado a tirar o dia. Mas não foi. O Consulado só atendia para assuntos urgentes. Ainda bem que liguei antes de ir. É que de Den Bosch a Haia ainda é um esticão.
Mas hoje fomos. Precisava de passar uma procuração. O motivo, curiosamente ainda não revelado neste blogue, é o nosso casamento, no próximo dia 5 de Junho. A procuração é para que o processo civil possa ir correndo sem demoras. Porque não tratamos disso antes? Outra história...
Mas voltemos a esta. O Consulado costumava ser em Roterdão. Dizia quem lá tinha ido que funcionava muito mal. Agora nas novas instalações esperemos que tenha melhorado.
Pelo sim pelo não liguei antes. Era o único dia que estava aberto à tarde (pasme-se, até às 17:30!). Disse que só podia chegar por volta das 16:45, torceram o nariz (imagino eu, estando ao telefone), mas pronto, que fosse que nem que não desse (o chefe já poderia ter ido embora), depois mandavam pelo correio. Chegados à hora combinada, porta fechada. Olhares desconfiados. "Já fechou". Apresentei-me, reconheceram o indivíduo que vinha de Eindhoven. Fizeram o favor de atender. "Uma procuração? Já não pode ser, o chefe já foi embora e a assinatura tem que ser no final". Indignação, frustração. Ida em vão? Pronto, desenrasca-se (porém bufava-se). "Trouxeram muito dinheiro? Não aceitamos cartão! E fotografia?". Claro que não. Então não sabiam dizer? Desenrascou-se. Bastou passar a procuração à mão (!). E afinal a fotografia não era assim tão imprescindível.
Esta história é-vos familiar? Calculo que sim. Mas para mim foi um choque. Acho que enquanto em Portugal vejo os serviços públicos a melhorar (alguns lentamente, outros mais rapidamente), aqui mudou-se simplesmente de local. Estereotipo de repartição publica de há dez ou vinte anos. Pouco abonatória para a imagem de Portugal que os emigrantes cada vez mais erradamente têm.
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