quinta-feira, 29 de julho de 2010

Patriotismo a rodos

Não podem acusar o Holandês de falta de patriotismo. Basta vê-los no dia da Rainha. Nos grandes eventos desportivos todos os reconhecemos, de laranja pois claro, cor da família real. Falar mal, só do tempo (como não?) e da comida (alguns...). E reforço o "só". De resto, em tudo "são bons". Em tudo "são os melhores". Pretensiosismo? Sem dúvida! Mas também uma boa dose de orgulho nunca fez mal a ninguém.

O que aqui sobeja, em Portugal falta... E não se trata só de excesso de humildade (que aos Holandeses um pouco ficaria bem). Trata-se mesmo de falta de orgulho. É raro, muito raro, ouvir-se um Português falar das coisas boas que temos (e que não são poucas, mas não vêm ao acaso desta reflexão). Mesmo quando fala com um estrangeiro. O normal é dizer mal. O normal é dizer que não temos nada. Que somos uns pobres coitados, que eles é que são bons. Excepto quando ganhamos (no futebol). Aí somos os melhores. Mas dura pouco.

E as celebrações nacionais, que dizer delas? «É bom, porque é feriado...». O 24 de Junho, dia 1 de Portugal, nem sequer é celebrado. O dia da liberdade cada vez interessa menos (e assim varre-se a memória). O 10 de Junho, idem.

No entanto, não raros são os casos de Portugueses que vão para o estrangeiro e que contrastam com esta "moda". Vendo o que se passa lá (cá) fora, começam a dar valor ao que temos cá (lá) dentro. Seria caso de atribuir aos Portugueses um subsídio para seis meses de estadia no estrangeiro.

Mas nem tudo é cor-de-rosa, não sejamos inocentes! Mas há-que dar valor ao que temos de bom. Porque isso faz toda a diferença - para nós, que ganhamos confiança no futuro, e para o mundo, que passa a acreditar em Portugal, a conhecer e finalmente a investir. Não valerá a pena pensar nisto?

Gostava de ver uma iniciativa séria que apostasse nesta ideia. Que não fosse só incentivando o consumo de produtos Portugueses, mas que passasse por algo bem mais abrangente, reforçando os feitos Portugueses (presentes e não só do desporto!) criando uma imagem próspera e de esperança de Portugal. Mas para isso terá de começar por haver uma radical mudança de mentalidades a todos os níveis, começando pela classe política (basta de «Portugal não tem futuro») e pela comunicação social (basta de «Portugal não tem futuro»), que são a base da opinião pública. Vamos a isso?

sábado, 24 de julho de 2010

domingo, 11 de julho de 2010

O Mundial laranja

Primeiro, a indiferença. Desde que há um ano trabalho na Bosch nunca tinha ouvido falar de futebol. Depois, todos adoravam, até a cantina enfeitaram (?). À medida que foram avançando na competição, era vê-los, sábios da matéria. Nos oitavos já só falavam da final com a Alemanha, duma suposta "vingança".

Cumpriram. Os alemães não. Muito à custa da sorte, diria eu, pelos adversários teoricamente mais acessíveis que encontraram. Japão, Camarões e uma Dinamarca irreconhecível - na fase de grupos -, Eslováquia e o surpreendente mas mesmo assim menos favorito Uruguai - no "mata-mata". Safaram-se com o Brasil, com autogolo e meio. Mas o futebol também é feito de sorte. O que seria de Portugal se aquele remate do Cristiano Ronaldo contra a Costa do Marfim tivesse entrado em vez de ir ao poste? Bom, se calhar as coisas não seriam muito diferentes. Mau exemplo. Mas percebem o que eu quero dizer?

Finda a final, era vê-los retirar as bandeirinhas que durante quase um mês coloriram o país. Ficou de novo cinzento (e o tempo também). À nossa frente vimos alguém enfiar a sua bandeira no caixote do lixo. Mau perder. E agora vêm-se até queixar do árbitro...

Estava dividido; por um lado, seria uma experiência única participar nos festejos do campeão do mundo. (será que um dia Portugal me vai dar essa alegria?) Por outro, estou farto do sentimento de superioridade desta gente, que se julga o melhor povo do mundo, o mais avançado, o mais culto, o mais educado. E agora ainda para mais o melhor a jogar à bola? Talvez, confesso, alguma inveja da minha parte. Mas não resisti, fiquei mesmo contente pela vitória espanhola e só não o demonstrei porque estava no meio deles, mesmo no centro de Den Bosch.

sábado, 10 de julho de 2010

Loosdrechtsche Plassen

... Ou (um pouco) mais simplesmente lago de Loosdrecht. É um dos maiores lagos do país, bem no centro, perto de Utrecht.

Fomos lá. A paisagem é muito interessante, com magnificas residências (algumas delas grandes!), viradas para o lago. Pessoas com dinheiro certamente. Mas com gosto, e sem a ostentação e devaneios comuns por outras paragens.

As pequenas povoações que durante anos viveram da pesca e agora vivem do turismo e do lazer são encantadoras. Pequenos e grandes restaurantes, bares, cafés. Almoçamos bem, muito bem. Um dos melhores restaurantes que tivemos oportunidade de experimentar por cá. Eu sei, isso não diz muito...

Um dia bem passado, para repetir. Assim o tempo o permita - para o ano, talvez?